domingo, 26 de junho de 2011

A JUVENTUDE CAMPANHENSE

A CÂMARA MUNICIPAL DE CAMPANHA

À JUVENTODE CAMPANHENSE





"Quem perde os seus bens perde muito; quem perde um amigo
perde mais, mas quem perde a coragem perde tudo"

Miguel de Cervantes



"O povo brasileiro sabe votar; o problema é que os canditados
escolhidos ditatoriamente pelas cúpulas são péssimos e não
merecem o voto"
Hélio Fernandes


É triste vermos o que está ocorrendo em nossa cidade, em termos políticos. Estamos assistindo a um escândalo envolvendo a Câmara Municipal, com a degradação ética e moral de nossos representantes. A corrupção se alastra, e os senhores vereadores, ao que parece, inertes e omissos, ainda não se deram conta da gravidade do ocorido, quando o Presidende da Câmara Municipal da cidade foi flagrado vendendo droga e o delito divulgado por matéria jornalistica em rede nacional, por uma emissora de televisão.
Ao invés de indignação com o fato, temos a complacência dos senhores vereadores com o ato delituoso praticado pelo Presidente, por eles suportado em suas mais estapafúrdias explicações.
No dia 06/04, houve grande expectativa por parte da população com relação à sessão da Câmara Municipal, marcada para as 19 horas daquela data. Transmitida ao vivo por uma emissora de televisão, foi a primeira sessão após ter sido veiculado pela mídia o flagrante do vereador, em seu posto de combustivel, negociando a venda de medicamento controlado que, portanto, só pode ser comercializado mediante apresentação de receita médica em estabelecimento próprio para tal (drogarias e farmácias). Como agravante, ressalta-se que esse medicamento é proibido na Europa, por estar entre aqueles cujo uso causa dependencia psíquica.
Tendo em vista a gravidade do delito, enorme foi a frustração daqueles que lá compareceram e esperavam dos vereadores que compõem a Camara Municipal de Campanha uma única postura: a da decência.
A população campanhense, mobilizada em favor da honra e da moralidade nas instituições públicas, tinha como certo que naquela a noite os senhores vereadores abririam processo de cassação do mandato do Presidente da casa. Presidente esse que não é campanhense, tendo se fixado no município após adquirir um posto de combustivel às margens da rodovia Fernão Dias.
Desapontada e perplexa, a população é surpreendida com a presença do transgressor no plenário da Câmara. Afrontados por ela, os que lá foram na expectativa de uma condaduta digna e honrada dos senhores vereadores assistem o atual presidente da casa abrir sessão, criar uma comissão composta de três vereadores com a finalidade de apurar os fatos e verificar se houve ou não algum tipo de delito e, posteriormente, apresentar a conclusão do que foi apurado.
Com duração de apenas 15 minutos, a sessão é encerada.
Cabe aqui uma indagação: o que a comissão de vereadores vai apurar? Existe um fato público e notório mostrado em cadeia nacional por uma rede de televisão, onde o Sr. Pedro (Pedrinho do Alvorada) é mostrado com total nitidez negociando a venda de produto farmacêutico de uso controlado. Será apurado, então, de que maneira esse senhor adquiriu o medicamento? Pode-se até conjecturar a existência de delito adicional, mas é importante que a comissão nomeada para apurar o ocorrido atente para o que diz o ditado: "contra fatos não há argumentos".
Na verdade, é importante que a comissão atente para sua própria razão de ser, pois se o objetivo é apurar o que já está evidente, ou os senhores vereadores estão subestimando a inteligência da população campanhense, o que demonstra insensatez , ou estamos diante de uma atitude indgna e inconfessável.
O legislatico municipal não pode se subjugar ao interesse de um de seus pares e, ainda, defender direito escusos. A saúde democrática está intimamente ligada à qualidade da representação; quando existe qualidade, o poder de pressão deixa de existir, passando a valer a vontade da maioria.
Assim, a população tem o direito e o dever de pressionar os senhores vereadores para que promovam o expurgo daqueles que, indignamente, o usam seu cargo para proveito pessoal, sem defender o interesse da populaçao, traindo a confiança e a boa fé do eleitor.
Diante desse quadro vexatório, e para aqueles que não se conformam com a corrupção, com a desonra e com a imoralidade, não será dificil imaginar o que está ocorrendo na Câmara de Vereadores da cidade de Campanha: a edilidade engajada na defesa de um transgressor da lei. Portanto, não basta lamentar e indignar-se, esperando que os senhores vereadores, hoje anestesiados, acordem e dêem seu grito de basta a essa conduta vergonhosa que não condiz com a história de Campanha e com a tradição de uma Câmara bicentenária que, através de seus integrantes, dignificou o nome da cidade, inserindo-a no cenário nacional como exemplo de Casa culta, com maturidade política.
É preciso cobrar, é preciso assumir nossa responsabilidade como cidadãos brasileiros, como eleitores que buscam candidatos compremetidos com a austeridade, com a honradez, com a moral e com a ética. É preciso remar contra a impunidade que impera neste país. É preciso que a juventude se mobilize e comande esse processo.
Isto porque, as revoluções por democracia, o grito de liberdade, de mudança, somente podem ocorrer pelos jovens, pelos estudantes. A esperança de mudança tem como centro a juventude. Tivemos um grande exemplo na mobilização da juventude quando das "Diretas Já", promovida por estudantes. Quem exigiu o impeachment de Collor foram os caras pintadas. A juventude campanhense deve se inspirar nesses cenários históricos, e a partir deles criar sua própria história.
Por outro lado, não basta termos apenas o grito da juventude, ainda que ele seja fundamental. A elite campanhense e seus políticos devem acompanhá-lo, deixando a complacência de lado e atuando de forma efetiva em prol da ética e da moralidade. A radiografia da política campanhense atual apresenta fraturas que precisam ser corrigidas com urgência, sob pena de que no momento em que quisermos retomar o caminho da decência, ele já esteja longe demais de nós.
Os gregos entendiam a participação política e a cidadania como liberdade. Para alcançarmos essa liberdade, e não nos tornarmos reféns de uma representação popular sem autenticidade e descaracterizada de seus verdadeiros propópositos, será necessária uma grande mobilização social e popular em nossa cidade, visando restaurar a tradição e a dignidade do povo campanhense. E para isso, repito, precisamos de jovens mobilizados, que participem do quadro politico-partidário com novas idéias, novos caminhos para resgatarmos a grandeza de nossa querida Campanha.
Os jovens não devem e não podem ficar omissos. Eles devem acreditar na sua força como instrumento de transformação, pois será através da participação consciente dos jovens na política que a cidade de Campanha se firmará como a "CELULA MATER" do Sul de Minas, revivendo os memoráveis tempos de um passado glorioso.

Tarcísio Brandão de Vilhena








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